segunda-feira, 22 de abril de 2013

Santo domingo

"... Santo domingo de lá Calzada, fazia muito frio, a brisa soprava e cortava o rosto, a cerveja não esquentava nunca, parecia cada vez mas gelado, o corpo tremia um pouco, o cérebro ainda lento e o corpo ainda aquecido um pouco do dia começava a trazer as dores da caminhada; aos ouvidos palavras ligeiras e cortadas muitas delas as quais não podia entender, mas não importava, podia acompanhar o ritmo da conversa sentindo a emoção na entonação, Estrella falava a Torres, enquanto eu sentia o que diziam e procurava o Sol, Torres ria com sua conterrânea; Boyco vem ao nosso encontro mas parece sentir que não pertence a aquele lugar, apenas me diz que ira comer algo e se vai; logo o tom da conversa não segue mais tão alegre, Estrella começa a falar em uma entonação mais pausada, com suspiros e respiros ao final da frase, havia muita expressão em seu corpo, paro e me atento as palavras, ela fala sobre historias e energia do caminho, fala sobre os abraços que distribui, os peregrinos que cuida e sobre as vezes que chegam com sorriso mas não vão bem, Torres não esta mais como antes, Estrella também não, nem Cristina que os acompanhava animada na conversa, Torres fala de seu avo, as palavras já não posso mais entender, mas posso sentir, todas embriagadas em dor e saudades, Estrella se levanta e distribui mais um abraço, com palavras ao pé do ouvido, Torres chora, Cristina chora, Estrella chora e eu os acompanho em coro... Olho a volta e vejo, estamos em El Meson del Abuelo..."

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