quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A imortalidade da alma


Alma, "nephesh" em hebraico tem por significados principais: alma, ego, vida; refere-se à essência da vida.

           

Alma, psyche do grego tem por significados principais: a parte imaterial, invisível do homem, o homem interior.



Alma é um termo que deriva do latim anǐma, este refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo, o que é animado ou o que faz mover.



Tomando por definição de alma o princípio que dá movimento ao que é vivo, abordemos se esta alma é ou não finita.



É prudente afirmar que o corpo tem como linha de vida uma parábola, que inicia-se frágil e dependente, tem seu ápice de desenvolvimento quando é forte e independente, mas perto do fim retoma o seu estado de fragilidade e dependência e por muitas vezes torna-se decadente.



Podemos afirmar que a alma não segue o mesmo processo de ascensão e decadência do corpo físico, uma vez que ao longo da vida, nota-se a evolução da alma através da aquisição de conhecimento e experiências vividas, sem nenhum tipo de limitação. Já o corpo físico, este sim, limita certos conhecimentos e experiências à sua idade cronológica, uma vez que o homem não julga prudente viver determinadas situações em alguns momentos da vida, e mesmo os que praticam o despudor se vêem limitados as condições do corpo que com o passar do tempo padece e já não é mais capaz de realizar certas atividades físicas.



Mesmo que alguns homens optem por uma vida que tende ao retrocesso da alma, esta passa por um processo evolutivo de acumulo de conhecimento e novas experiências, logo podemos afirmar com clareza que a parábola ascendente seguida de decadência do corpo físico é diferente ascendência infinita da alma.



A limitação imposta ao corpo não se aplica a alma, a morte física não pode estar associada a morte da alma uma vez que esta não padece em decorrência do tempo e do desgaste físico; um corpo inerte não é necessariamente um corpo sem alma, uma vez que a ciência pode provar que mesmo corpos inertes ainda permanecem vivos, porém, a ciência não é capaz do inverso, ou seja, de provar que um corpo inerte é um corpo sem alma; mas poderia um corpo viver sem alma? Creio não ser possível, uma vez que de nada adiantaria um pedaço de carne inerte e decadente. A separação do corpo e alma é o fim de qualquer ser vivo.



A humanidade criou os conceitos de tempo e finitude, sendo este ultimo, sua maior certeza. Com o tempo o homem é capaz de mensurar o quanto já viveu e projetar a quantidade de vida que lhe resta, porém esquece-se o homem que não se pode medir ascendência evolutiva em tempo, ou projetar o quanto ainda se pode viver em função de quanto já se viveu; porém conceitos assim permitem que a humanidade assimile de forma mais tranqüila a sua finitude.



 O homem impõe a tudo que é conhecido os conceitos de tempo e finitude, no entanto é difícil enquadrar a alma em qualquer das duas condições, visto que como relatado anteriormente um corpo padece, mas a alma não, a alma continua a evoluir.



Tomando corpo e alma como seres distintos porém unidos, temos a vida; e estando unidos, a alma move um corpo limitado, no entanto não se aplica a esta as regras as quais o corpo se sujeita, ou seja a decadência, mortandade, e finitude, a alma que não pode ter sua existência mensurada em tempo pode ao termino da utilização deste corpo abandoná-lo e dar continuidade a sua evolução; sendo assim o corpo físico que conhecemos um exercício de tolerância e abnegação para a alma em seu processo de evolução.



Se tomarmos o corpo físico como um exercício de tolerância e abnegação para a alma, podemos então entender que esta alma pode em algum momento do seu processo de evolução ter utilizado outro corpo, logo trará contigo experiências e conhecimentos de outros tempos, conhecimentos os quais podem ser utilizados pelo corpo atual para evolução de toda a humanidade.



Concluímos logo que não se pode aplicar a alma a finitude do corpo, muito menos afirmar que esta possui idade uma vez que o tempo é um conceito de mensuração desenvolvido pelo homem.