sexta-feira, 10 de junho de 2011

A pequenez da pessoa humana...



...Respiração intensa, coração desacelerando, mas ainda em batimentos exagerados, extremidades pulsantes, visão focada na rocha sob meus pés, a brisa afaga suave, o ar é úmido e fresco; caminho passo-a-passo, mas desta vez como nunca havia caminhado, a sensação da descoberta do novo se revela a cada passo. A rocha some debaixo dos meus pés, não me resta nada alem do fio que me prende, já não restava antes, mas a rocha gerava certo conforto visual, ao menos imaginava que geraria, na verdade não gera. Agora só preso ao fio estou mais confortável; sentado sob as próprias pernas, giro como em um carrossel lento, tento não olhar, mas é impossível, a paisagem cuidadosamente trabalhada invade sem pedir nenhuma licença.

...avanço pouco a pouco rumo a firmeza que sempre imaginei ter, o novo aos poucos vai se tornando experiência, mas sem perder seu brilho. Impossível mensurar tempo, mas durará o tempo necessário, nem menos nem mais, continuo sem pânico, a expectativa do novo continua, freqüência cardíaca desacelerando, respiração voltando ao normal, paisagem agora sendo sugada, a sensação da primeira vez volta; pela primeira vez avisto uma arvore pela sua copa e não pela tronco, sua proximidade amplia a sensação de onde estou.     

...Aquilo não deveria estar ali, começo a pensar; na verdade se está é porque deveria, mas como? Estamos no meio do cerrado, seco, e de folhas ásperas, terra quebradiça, cascas grossas e caules retorcidos, e estou ali, e ali no meio, me vejo dentro de uma imensa dolina, que surge sem nenhum aviso.

...avanço mais alguns metros, começo a ouvir vozes, vozes de alguém que me acompanha desde de que vim ao mundo, e lá de baixo me acena, e com um sorriso de orgulho me vê logo tocar o chão com os pés outra vez; consegui.