segunda-feira, 29 de abril de 2013

Finitude

Torres não faz mas parte do caminho, nesta maquete viva ele esta morto, e deixa saudades a quem o queria bem, mas a morte é um rito de passagem e finitude de uma etapa, estar morto é declarar que algo foi concluído. Como se sabe, todos neste caminho irão morrer, alguns antes, outros depois, alguns até prematuramente, mas todos sabemos disso, e sabemos também, que aos que ficam restam as boas lembranças e a certeza de que tiveram no caminho a experiência a qual estavam destinados e prontos a viver. Não sinto dor, tristeza ou pena pela partida de Torres, apenas a certeza de que vivemos o que podíamos aqui e nos encontraremos, ou não, nesta ou em uma outra vida.

O medo do fim é um sentimento que aprisiona nossos coração em barras de dor e o pior é que em muitos de nós esse medo é do fim do próximo, não do nosso, porém se entendemos a morte como a conclusão de uma etapa, essa dor se vai, eu espero morrer em Santiago, lá eu encerro esse projeto e esse eu que nasceu em Saint Jean já não existirá mais, e essa morte será uma grande conquista, estarei satisfeito e contente em ter atingido meu destino nesta maquete. Logo sofrer pelo fim de alguém me é egoísta.

A certeza da finitude é o que aflige o homem. Escolher entender o fim como uma conquista é libertar-se da aflição.



2 comentários:

  1. Eu entendi. Mas não morre tá? Não tô preparada ainda pra te perder. Mesmo sendo egoísta. =D Te amo

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